O concerto dos
High Places, na madrugada de ontem, na ZDB, em Lisboa, revelou algo que é muito frequente ocorrer nos melhores projectos musicais: é a actuação ao vivo que mais lhes faz justiça e melhor no-los revela.
O disco deste ano, "
High Places", o primeiro enquanto objecto conceptual do duo, depois de um conjunto de "maxis" (reunidos na notável compilação "
03/07-09/07"), tinha deixado reservas a alguns. As ideias estavam lá, o som era bonito, sedutor, mas a realização soava a inacabado, e no fim das canções ficava uma sensação de alguma frustração.
Foi a respiração própria do palco, a largueza que só este permite às pulsações rítmicas, foi preciso percebermos a cor muito especial do estar "live" de Rob Barber e Mary Pearson, foi só assim que conseguimos sentir bem que os
High Places não serão apenas um fenómeno derivado de outros, mas senhores criativos de um espaço difícil, mas possível e necessário.
Na madrugada de ontem assistimos pois a mais um belíssimo momento de música ao vivo, a impor decididas revisões nas escolhas do ano.