quinta-feira, 30 de outubro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Beck, "Modern Guilt"



Por vezes a música pede quase todos os superlativos disponíveis. Mas quando a "opera" é "prima" quase sempre prevalece depois o silêncio. É assim com o disco deste ano de Beck, o mágico.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

o ano de demasiados adeus

As más notícias chegam em 2008 com demasiada frequência. Agora foi a vez de se perder Alton Ellis, o homem que muitos chamavam de avô do Rock Steady, um dos primeiros grandes cantores da Jamaica a emigrarem e a fazerem valer a voz e o espírito do Groove único das terras de Kingston.
Nós que descobrimos Alton Ellis há bem poucos anos, mérito de uma das mais magníficas compilações do Studio One Records (Studio One Disco Mix), logo percebemos que estava ali um dos que já antes de Bob Marley seria figura maior do país das músicas quentes, caleidoscópio de ritmos e cores a que mais tarde, por simplificação, se chamou de Reggae.
E a sua versão de "You Make Me So Very Happy" (o próprio título teve com Alton inúmeras variantes) constitui sem dúvida uma das canções-chave do nosso próprio património rítmico mais recente. Então adeus ao Alton Ellis e que viva longamente o Alton Ellis, a benefício de tantos que ainda o não conheceram.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Lambchop, "Slipped Dissolved And Loosed"



O novo "Oh Ohio" vai recolhendo vários entusiasmos e afirmações categóricas de que se trata do melhor álbum desde "Is A Woman". Pode até ser. Para mim é apenas mais um disco de Kurt Wagner. E isso é já em si alegria de sobejo.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Bob Dylan, "I Want You"



Um dia destes divulgaremos a nossa lista das 100 canções/composições da história da música popular. Entre elas, bem lá para cima, estará este "I Want You", o momento absolutamente de ouro dos 45 anos de carreira do magnífico Sr. Zimmerman.

Jason & the Scorchers, George Harrison e Bob Dylan, "Absolutely Sweet Marie" (canção de Bob Dylan)





sexta-feira, 17 de outubro de 2008

a propósito do novíssimo álbum da Matthew Herbert Big Band, "There’s Me & There's You"

Theo Parrish, um homem do Soul beat de Chicago


Quem é Theo Parrish?
Nasceu em Washington D.C., ainda cresce em Chicago, dizem as raríssimas notas biográficas.
Para mim Theo nasceu meses atrás com a descoberta de "Sound Sculptures vol. 1".
Como tantas vezes sucede com o melhor que a música traz, as primeiras audições quase convidavam à desistência. Mas qualquer coisa instava a de novo tentar. Reouvi e outra vez, mais outra. Enfim percebi que Theo Parrish era mais um daqueles que a espaços chegam em bicos de pés, querendo quase passar despercebidos, mas com contributos verdadeiramente novos, importantes.
Há músicos que rebuscam quando escrevem, esculpindo meticulosamente na procura da sua essência, do seu feitio, do espaço que depois reconheçam seu.
Theo Parrish tem um som de formato só seu, sincopado, lento, tímido. Quase 10 anos depois do conhecimento pelo mundo, em 2008 foi a minha vez de encontrar Theo Parrish.
A Flur oferece por estes dias a agora reeditada compilação dos seus primeiros maxis, de nome "Sound Signature Sounds", de 2000. Ele há anos felizes.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

noite muito quente no Hot Clube

Os Dead Combo levaram fogo muito vivo esta noite à pequena e velha cave da baixa de Lisboa, trazendo consigo Alexandre Frazão, um baterista brasileiro de raíz jazz e de infinitos recursos.
Foram mais de 2 horas de entrega, com dois "sets" (como lhes chamaram os próprios) bem distintos, o primeiro em registo sem bateria, bom mas previsível, estimulante q.b. O segundo "set", já com Alexandre, transportou as dezenas de atafulhados espectadores para uma outra dimensão, a do concerto-evento, com laivos de autêntico "rock'n'roll" (como quando da luminosa versão do "Temptation" de Tom Waits).
Até prova em contrário, quando tocam com Alexandre Frazão, os Dead Combo serão mesmo o único super-grupo português em actividade.
Um magnífico concerto.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

o Hot Club de Portugal

Estive poucas vezes no Hot Club, ali na Praça da Alegria.
A última vez faz já anos e nunca a esqueci, de tão emblemática.
Levava comigo um amigo, o Bill, que anos antes, em Birmingham, me tinha proporcionado uma excelente noite no famoso Ronnie Scott's.
Á entrada o Hot Club nada promete, sobretudo se comparado com a grandiloquência do Ronnie.
Depois entra-se, desce-se uns bons metros, em escada estreitíssima, e o que aparece são uns exíguos metros quadrados onde cabem poucas dezenas, se devidamente encostados uns aos outros.
Nos dias bons o Hot tem vinte, trinta pessoas.
Tem um balcão de serviço de líquidos e snack mesmo à medida, poucas mesas e um ambiente próprio de quem está em casa.
Ora nessa noite tocava uma banda tão informal quanto parece costume. Eu e o Bill tomávamos um copo e eis que se chega ao balcão o pianista, que depois de uns quarenta minutos de bom tocar intervalava para se refrescar. Seriam talvez umas duas da manhã.
Feito o elogio pela entrega, perguntou o Bill se actuava ele regularmente no Hot e em que clubes mais se poderia encontrá-lo em performance.
A resposta do pianista não deixou dúvidas: actuo aqui sempre que tenho cirurgias em Santa Maria. É o caso hoje. Tocar piano permite-me exercitar os dedos e a sua destreza. Por isso venho tocar. Entro no "banco" do hospital dentro de menos de uma hora.
Naquele dia foi um médico. Consta que em outros dias, noutros tempos, no Hot Club podia ver-se por vezes a descer as escadas um qualquer músico norte-americano em trânsito para espectáculos na Europa. Terá isto acontecido muitas vezes, nos anos sessenta e setenta, com músicos de primeira água, que fariam escala apenas para uma boa "jam session".
Acontece que senti saudades do Hot Club.
Na quarta-feira vou matá-las, com os Dead Combo, o mais promissor projecto musical Pop em acção aqui no rectângulo.

After peace swim twice


ps - a aguarela é de Elsa Canavarro

Incognito, "Everyday"

Chaka Khan, "I Feel For You"



Talvez o maior dos clássicos de Chaka Khan era afinal uma canção de Prince. Matéria de génios, como se nota.

Jah Wobble, "Becoming More Like God"

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

quase a começar "As Benevolentes", de Jonathan Littell


transcrevo directamente do "portal da Literatura":

"Grande acontecimento editorial no ano passado um pouco por toda a Europa. Vencedor do Prémio da Academia Francesa e do Goncourt.
As Benevolentes são as memórias de Maximilien Que, um ex-oficial nazi, alemão de origem francesa que participa em momentos sombrios da recente história mundial: a execução dos judeus, as batalhas na frente de Estalinegrado, a organização dos campos de concentração, até a derrocada final da Alemanha. Uma confissão sem arrependimento das desumanidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, que provoca uma reflexão original e desafiadora das razões que levam o homem a cometer o mal.
Este romance vai buscar o título à mitologia grega – as Erínias, deusas perseguidoras, vingadoras e secretas, também conhecidas por Eumênides ou Benevolentes."


outras citações:

"Apaixonante, provocante, este livro é uma revelação histórica."
Le Figaro

"Um novo Guerra e Paz."
Le Nouvel Observateur


"É um livro extraordinário pelo que existe nele de certo e de verdadeiro."
Mario Vargas Llosa

Cheguei a este livro por sugestão de Fernando Rosas, para quem se trata do mais empolgante "romance histórico" dos últimos anos. São 893 páginas muito duras, a tal ponto de realismo irá a narrativa. Digo irá pois não comecei ainda. Ganho fôlego e coragem para penetrar a cabeça não arrependida de um nazi no seu "daily work and thinking". Desta vez a história é outra, ao que parece sem filtros. Ora vamos lá.

Kudu, "Bar Star"

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Marc Moulin feat. Christa Jérôme, "Into The Dark"




Dois mil e oito está a ser tétrico, sobretudo para a melomania francófona. Depois de Hector Zazou, agora desapareceu Marc Moulin. Muito por descobrir deixou Marc.


Quentin Tarantino, uma "crítica" de cinema e a demonstração que no mundo há sempre, pelo menos, dois lados: os bons e os maus

Brian Eno & David Byrne, "Strange Overtones"

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Buraka Som Sistema feat. PongoLove, "Wegue wegue"



Nunca em Portugal a música tinha soado assim, com tanta força, desde que os Buraka surgiram. Muitas cores tem este som.

Bomb the Bass feat. Fujiya & Miyagi, "Butterfingers"

um belo ano calmo segue este, no que respeita às músicas

Nas músicas, em dois mil e oito, a diversidade do costume traz consigo qualidade nada habitual, em quase todos os estilos. A Pop parece renascer e dominar. A electrónica, nas suas inúmeras acepções e rítmicas, parece ter feito pousio, mas continua vibrante. O mesmo acontece com a Soul e o Funk, low profile mas uma forma belíssima. Nos estilos mais experimentais o que surge é bom, mas era já previsível. É certo que não há nada de verdadeiramente novo. Mas também não é preciso.
Das músicas o que esperamos é que venham muitas e boas, ora empolgantes, ora relaxantes, se possível desafiantes. E dois mil e oito dá-nos tudo isso em doses generosas. Não se descortina um álbum de canções esmagador, que a todo o panorama editorial se imponha. Pode ainda chegar. Se não vier, contentar-nos-emos com um lote impressionante de colecções, entre o bom e o muito bom. Faltam três meses para os balanços de toda a gente. Na base de dados do Diversus são já bem mais de cem os discos que merecem franco registo. É por isso que, nos lados das músicas, ninguém se poderá queixar do ano da graça de dois mil e oito.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008