terça-feira, 31 de outubro de 2006

Moodymann em Lisboa, no Lux, esta 6ª fª, dia 3: absolutamente OBRIGATÓRIO!!!

P.S. - bolas!!! é apenas um DJ Set, aí pelas 2:00. Só mesmo para corajosos...

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

In Flagranti outra vez: o acontecimento do ano?


De Brooklyn, EUA, Sasha Crnobrnja (um suiço com antecedentes jugoslavos) e sua trupe trazem-nos um som para experimentarmos, cheio de urgência! Exactamente o som que esperávamos, melhor que anteviamos, depois do impacto formidável de Lindstrom & Prins Thomas, em 2005 e novamente já em 2006.























sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Eis um doce hiper-calórico, cozinhado por Neil Cowley


Soundcastles, do projecto Pretz, vem colocar Neil Cowley, o seu mentor, na posição de homem chave de 2006, depois de também ter participado (teclista), há poucos meses, no incontornável The Garden, dos Zero 7.

É um som, este de Pretz, a precisar de poucas palavras e muitas audições, com muito doce, muito conforto, muita indução para uma sofa experience, ou seja muito prazer para proporcionar.
E é preciso destacar que, da mente criadora de Neil, Pretz sucede coerentemente a outro espaço bem único e de máxima sensibilidade de há poucos anos, de nome Fragile State (é obrigatório, um dia, que todos conheçamos The Facts and the Dreams) e ainda mais longinquamente às aventuras da Naked Music, na N.Y. do final dos anos 90.

E mesmo que a força espantosa de Steve The Scotsman Harvey seja ainda um pouco mais forte, no apuramento das contas deste ano, o facto é que Soundcastles pertence a uma categoria cimeira bem especial, a mesma onde encontraremos outro contribuinte mágico para a memória de 2006: Nathan Fake.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Ms. Spanky and Quantic Soul Orchestra



“I was shocked by this new found interest from new young folks in me,”


“I have never been to England and as far as I knew none of my music was there. Will had told me that some of my tracks had appeared on and I was so surprised. It's hard for me to believe. I still have to get used it.”


Tudo isto diz Ms. Spanky Wilson, por ocasião deste disco saboroso - I'm Thankful - em que hypercative Will Holland, ou Mr. Quantic, se junta a uma lenda viva do soul jazz para produzir com voz a sério, sem samplings.


"A woman like me don't grow on a tree", canta ainda Spanky, mulher de Philadelphia, e adivinha-se que isto mesmo pensaria o inglês Holland quando num repente toma de assalto a cena musical de L.A. (onde Spanky vive e actua há quase 4 décadas), um pouco à Tarantino, repescando glórias antigas e trazendo por arrasto músicos estrela de dentro do caldo cultural da cidade dos anjos.


Consta que este "pacote" de luxo poderá estar em Lisboa no dia 27 de Novembro, para actuação no Casino de Lisboa. A confirmar-se esta vinda, eis uma forma magnífica de fechar um 2006 que em matéria "live", em Portugal, não foi assim tão brilhante.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Hector Zazou esteve em bom plano, esta noite, no CCB, para tocar a difícil mas recompensante QUADRI + CHROMIES



A propósito da vinda de Hector Zazou e da sua Mini Orchestra esta noite a Lisboa, perguntava a alguns dos seus amigos a Flur: imaginemos o que poderia fazer Zazou - músico contemporâneo das plataformas de encontro de culturas e ao encontro das culturas - se olhasse para Portugal, musicologicamente, claro? Respondemos nós:
"Zazou, acerca da música portuguesa, teria talvez 2 boas opções, se ocorresse poder-se propor-lhe caminhos:

1. a opção do trabalho apontado nas recolhas (centenas de horas de autêntica antropologia musical) de Lopes-Graça e Michel Giacometti, quase sempre cantores e músicos anónimos, muitas vezes idosos carregando memórias de antigas e belíssimas harmonias e vibrantes rítmicas. A reinvenção poderia fazer-se pelo recurso às próprias gravações, ou pela revisitação dos locais, onde as memórias por certo se propagaram para novas gerações.

2. a segunda opção seria trabalhar sobre o maior dos nossos maiores, Carlos Paredes, o nosso único músico verdadeiramente universal (no mérito, não necessariamente na divulgação). A opção de um trabalho de reinvenção sobre Paredes, correndo o risco de beliscar zona mágica, poderia, quem sabe, emprestar ao melhor som da chamada guitarra portuguesa uma projecção de modernidade que definitivamente lhe falta, ao mesmo tempo que seria serviço à humanidade dar a conhecer o som maravilhoso do Carlos Paredes dos anos 60, o de "Guitarra Portuguesa" e de "Movimento Perpétuo".

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

um link para os Mummer


Dos Mummer já anunciámos há tempo a sua chegada, plenos estávamos de expectativas.

Digerido SoulOrganismState, eis-nos com a conclusão de ser este mais um estertor dos maiores de 2006, contribuinte líquido para mais ritmo, mais beleza, mais contemporaneidade. Um daqueles raros discos que empurram o nosso tempo musical para diante.

De Baby Don't You Go poderiamos depois dizer tratar-se de um grande programa de festas condensado em canção com poucos minutos, muito mais música em espaço pequeno que em toda a discografia de tantos projectos musicais por aí.

Mas o que agora interessa é convidar-vos à audição aqui de significativos excertos deste belo disco (a espaços difícil, mas belo ainda assim), da sempre excelente etiqueta austríaca Klein Records, a mesma de tantos e tão bons, acima de todos o sítio editorial dos Sofa Surfers.

Final Fantasy: um mellow Pop prodigioso, a noite passada, no Club Lua


Owen Pallett (aka Final Fantasy) exibiu esta noite no Club Lua uma poesia rara, a fazer lembrar sons da nossa memória fantástica, como os de Virginia Astley em "Melt the Snow" ou em "Gardens Where We Feel Secure", ou mais recentes como os primórdios de Perry Blake ou ainda John Cale nas suas criações mais "idílicas".
Owen é um "one man show" (com ajuda apenas nas projecções video), o seu violino sintetizado uma verdadeira orquestra e os 75 minutos do concerto de ontem entram directamente para a nossa memória viva de 2006, como uma manifestação da autenticidade de um criador para quem a facilidade apenas está em quem o ouve.
Deixamos o caminho para um clip de "He Poos Clouds", o disco de 2006 da Final Fantasy. Duas delícias, esta canção e a ideia transposta para o clip!

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Scent of a Woman: o filme para uma vida

E que tal a sensação de se ver, talvez, o melhor filme das nossas vidas? Pois, Scent of a Woman é, desde hoje à noite, esse filme para nós.

Estávamos em 1992, Al Pacino com 52 anos, fazendo de cego e sobretudo de Al Pacino, um papel que foi o que principalmente sempre fez e fará, e aqui melhor que nunca.
Dançou tango - um cego a dançar o tango com Donna, papel da belíssima Gabrielle Anwar - que aprendeu na melhor escola de dança de Nova Iorque (DanceSport, em Manhattan) e fez o cego mais credível da história do cinema, para o que se preparou numa escola para cegos.
Ao lado de Al esteve Chris O'Donnell, fresco nos seus 22 anos de então, a fazer de colegial naïf e íntegro, num magnífico papel necessariamente satélite da mega estrela Pacino.
Depois, o cocktail agita-se com um argumento de cortar o coração e de abalar consciências, no mais brilhante e surpreendente registo do "políticamente correcto".
Finalmente, sucede uma gestão global do tempo e da trama fílmica de absoluta perfeição.

Perfume de Mulher, assim se chamou em português, passou hoje na sessão nocturna do canal Fox Life e fica para nós na exacta posição de best ever movie.
Talvez um dia outro filme o destrone.
Ou pode ser que venhamos a rever esta ilacção. Há tantos grandes filmes de Hawks, Anthony Mann, Ford, Hitchcock, mesmo Chaplin, Murnau, Kurosawa, Spielberg, Scorsese, Coppola, e porquê Brest?
Porque o que conta é a experiência avassaladora deste filme, a um nível que não rememoramos em nenhum outro (perto, provavelmente apenas Duel de Spielberg, ou Ran de Kurosawa).

E quem é e o que fez, antes ou depois, Martin Brest? Fez televisão, fez Meet Joe Black, com Brad Pitt e Anthony Hopkins, filme mediano, e fez depois um super flop, Gigli, com o medíocre Ben Affleck e a inexistente Jennifer Lopez.
Mas e o que interessa isso?
Para nós, Brest contará sempre e basta por ter sido capaz de realizar estas 2,5 horas de magia que é Scent of a Woman, momento de prodígios em que o melhor Pacino de sempre (único Oscar de toda a sua carreira, imagine-se!) se encontrou com uma conjunção tal que provavelmente deu origem ao melhor filme de sempre. Pelo menos para nós.
Caso para dizer, como Pacino, "Whoooah!"



domingo, 8 de outubro de 2006

Quando o Jazz se cruza com a verve Electro


Gravando na sua Schema Records, e antes ainda de serem The Invisible Session, Paolo Fedreghini e Marco Bianchi já tinham deixado marca segura em 2006, através da edição do ainda mais "jazzy" Several Additional Waves, que somente agora (via Symbiose) conhecemos.
Adquirido este legado conjunto, apetece reforçar a nossa convicção que, na música popular, o futuro, como o passado aliás já foi, será principalmente terreno do Jazz.

O que têm então estado a Pop e seus cultores a fazer entretanto, de 1960 até agora? Será que a dar melhores munições para que o Jazz que ouviremos em 2007, em 2008, em 2009 e por aí, se aproxime mais de Miles Davis, de Cole Porter, de Charlie Parker, de Charles Mingus, ou de Chet Baker como há quase 40 anos se não houve?
Talvez.
Seja porque for que o Pop tomou dianteira, entretanto, fiquemo-nos com este delicioso intermezzo de electro-jazz, para logo em seguida se retomar The Invisible Session, essa uma das "real thing" de 2006, obra ainda maior de Paolo, Marco e também de Luciano Cantone, os três aqui por baixo.



Owen Pallett e os Final Fantasy no Club Lua, já dia 15 de Outubro!


Matthew Herbert virá a Lisboa, ao Lux, a 19 de Outubro

e entretanto, porque não ir até aqui...?

sábado, 7 de outubro de 2006

Burnt Friedman e Root 70

Sobre Burnt Friedman (aka Bernd Friedmann) já referimos antes o nosso enorme interesse, mais que uma vez.
Por isso, no dia em que Ricardo Saló se refere ao seu projecto Root 70, no álbum Heaps Dub, como "um facto estético do ano", queremos somente destacar duas impressões:

Primeira, que há aqui um registo que frequentemente nos faz lembrar o magistral Music For the Knee Plays , a experiência brass de David Byrne de há mais de 2 décadas;

Segunda, que Heaps Dub (que conhecemos há já 1 mês, por mão cúmplice), na verdade uma aproximação ao Dub pela porta do Jazz, é excelente fato bem à medida para uma boa noite de romance, ou tão somente o ingrediente certo para uma noite de Outono com classe, para uma verdadeiramente cool night.



O Jazz fresco dos Nostalgia 77


E que tal Jazz? Não um Jazz mesmo Jazz, não. Antes Jazz feito com espírito de quem habitualmente toca com músicos Soul, músicos Funk, músicos Pop.

Um Jazz que é Jazz apesar de tudo.

Bom, um Jazz produzido no contexto Tru Thoughts (de Will Holland e seus omnipresentes Quantic), por acompanhantes habituais de Alice Russell, tinha de ser um Jazz de género particular.

Em suma, Borderlands, segundo disco em 12 anos dos Nostalgia 77, é um pedaço de música delicioso, ideal para se estabelecer pontes novas e para levar ainda mais longe que antes a incursão de um gang Pop na outra casa, a grande casa negra que afinal mais marcou a música do século XX, a casa Jazz.

Koop

Estávamos em 2001 e Waltz For Koop não foi o grande estoiro que deveria ter sido na altura. Ainda assim o segundo disco (a estreia acontecera em 1999, com Sons of Koop, indisponível no mercado europeu) da banda de Magnus Zingmark e Oscar Simmonson foi número 8 da Lista DIVERSUS do ano.

Depois, fomos percebendo melhor do calibre da coisa e hoje olhamo-lo como um evento maior do nosso tempo, um dos 5 ou 6 discos obrigatórios do novo milénio.

O seguimento faz-se quase 5 anos após com Koop Islands e o tempo dispendido diz muito da proverbial dificuldade em alguém fazer o que quer que seja depois de obra-prima.

Ainda sem o disco disponível em loja, resta-nos ouvir o que a Net nos oferece. E oferece já significativamente.
Um clip da versão integral da segunda canção no alinhamento, Come to Me, é altamente recomendável, e os pequenos excertos disponíveis um pouco por todo o lado deixam-nos já adivinhar que se trata de um registo bem longe do brilho de 2001.
Oxalá a audição integral nos desminta esta impressão provisória.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

India.Arie, nome estranho para uma super-voz e uma super-canção


O que será que junta melhor, em 2006, mainstream com verdade Soul? Resposta: possívelmente the heart of the matter, canção de India.Arie, e em geral o seu belíssimo disco Testimony: vol. 1, Life & Relationship.
É música para a MTV, música para o VH-1, e é sobretudo música para todos.

Unanimidade rara para esta produção da etiqueta Motown e para uma estrela que venderá decerto milhões. E ainda bem!

Kudu: um vício Pop


Bem se pode dizer dos Kudu, em Death of the Party, que testam qualquer melómano, recolocando o clássico dilema de sempre: é este som demasiado Pop, no sentido de fácil demais, feito para top's e rádios FM, pensado para teens e para mero impulso de compra, ou é ele coisa verdadeiramente nova, pedra bruta com ouro escondido?

Por vezes a resposta não é linear e deste duo de Brooklyn, New York, meses depois da sua revelação e da passagem por palcos lisboetas, o que remanesce é a sensação do vício crescente, ou o gosto pela descoberta de novos ângulos algo obscurecidos dentro de um disco cheio de boas ideias.

Death of the Party lembra-nos depois uma categoria musicológica sem grandes intérpretes desde os B-52's, que poderiamos designar de Fresh Pop, caracterizada pelo despretensiosismo formal, pelo refrão directo, pela composição simples e em poucos acordes.
Facto curioso, no alinhamento escolhido os Kudu começam com Hot Lava, e Lava era a quinta canção do alinhamento trazido em 1979 pelos B-52's para a sua (escaldante) estreia.

Para sustentar a nossa tese de similitude eis as propostas de audição, extraidas do inevitável YouTube, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Vistos como parte da fileira B-52's (voltaremos em breve à banda de Athens, Georgia) os Kudu parece poderem ser já bem mais que mero fenómeno transitório, e deixam-nos prever grandes cometimentos in years to come, para além de nos legarem um disco capaz de gerar prazer intenso, ou, dito de outro modo, uma espécie de doce vício.