sábado, 15 de abril de 2006

Nathan Fake


Tem vinte e três anos, um laptop com software Cubase e uma caixa de ritmos.
Os pais eram agricultores e a sua vida de teen desperta-o para a insatisfação de viver numa das mais banais e desinteressantes regiões inglesas, Norfolk, longe do cosmopolitismo de Londres, Manchester ou Liverpool.
Chegou então a habitual vontade de fazer covers e o inevitável mimetismo dos standards Pop de há 6 ou 7 anos, ainda no liceu. Desde logo com a ajuda da mesma caixa de ritmos que ainda hoje o acompanha.
Mas era só uma questão de tempo até chegar a vontade de fazer novo.
Algures no tempo surge a compra do laptop, e o interesse pelas sonoridades infindas que de um PC portátil amplificado se pode extrair. Chegam as primeiras composições, poucas, sucessivamente trabalhadas em casa, só muito depois em estúdio.
O resto da história são mais de 2 anos até chegarmos a "Drowning in a Sea of Love", o melhor àlbum de 2006 que até agora conhecemos.
"Granfathered", "Bumblechord", ou "The Sky Was Pink" (este o primeiro hit, ainda em 2004) são composições de arrepiar qualquer espírito vivo.
Em entrevista recente à revista "Mixmag", Nathan revelava o pavor de quando teve de actuar para 5.000 (na Bélgica) e a sua preferência por performances em bares com não mais que 30 ou 40, sempre acompanhado apenas de um segundo camarada - Vincent Oliver, o seu editor - que se ocupa da projecção video.
Enquanto ansiamos pela sua vinda a Portugal, para performance idealmente em espaço pequeno, fica o desafio para o consumo massivo deste som - o àlbum acabou de chegar aos escaparates da FLUR - uma espécie de poção encantatória, talvez somente não muito aconselhável a estados de paixão em curso...pois pode amplificar severamente.
Entretanto uma possibilidade de AQUI se ouvir as músicas, alguns full live acts e as palavras de Nathan.