domingo, 14 de dezembro de 2003

32 álbuns em 2003 - uma lista DIVERSUS

1 - Forss - Soulhack

2 - Madlib - Shades of blue
3 - Deyampert - Shapes & Colors

4 - Two Banks of Four - Three street worlds
5 - Domenico Ferrari - Commute

6 - Spacek - Vintage hi tech
7 - Ursula Rucker - Silver or lead
8 - Paul St. Hilaire - Unspecified
9 - Break Reform - Fractures

10 - Micatone - Is you is

11 - Acoustic Dub Messengers - Acoustic Dub Messengers
12 - Yesterday's New Quintet - Angles without edges
13 - Ralph Myerz - A special album
14 - Fragile State - The facts and the dreams
15 - Joseph Malik - Diverse
16 - Organic Grooves - Black Cherry
17 - Burnt Friedman - Can't cool
18 - The Mathew Herbert Big Band - Goodbye swingtime
19 - John Cale - 5 tracks
20 - 3 Generations Walking - 3 Generations Walking
21 - Cinematic Orchestra - Man with a movie camera
22 - Lou Reed - The Raven
23 - Kimmo Pohjonen - Kalmuk
24 - Caia - The magic dragon
25 - Quantic Soul Orchestra - Stampede
26 - Lemonjelly - Lost horizons
27 - John Cale - Hobo Sapiens
28 - Radio Zumbido - Los ultimos dias del AM
29 - Robert Wyatt - Cuckooland
30 - Vv. - Juke joint - a selection of music by BOOZOO BAJOU
31 - Go-Betweens - Bright yellow bright orange
32 - Elvis Costello - North

26 canções que encantaram o DIVERSUS em 2003

1 - Break Reform - Mercy
2 - Two Banks of Four - Blues for brother
3 - Domenico Ferrari - Commute
4 - John Cale - Verses
5 - Forss - Using splashes
6 - Deyampert - Held him first
7 - Madlib - Distant land
8 - Spacek - I know a girl
9 - Joseph Malik - I don't want
10 - Yesterday's New Quintet - Keeper of my soul
11 - Ursula Rucker - what a woman must do
12 - Micatone - Quiet boy
13 - Herbert - The three w's
14 - Ralph Myerz - Casino
15 - Paul St. Hilaire - So sure
16 - Cinematic Orchestra - Dawn
17 - Organic Grooves - Will be unbroken...
18 - Lou Reed - A thousand departed friends
19 - 3 Generations Walking - Skin
20 - Acoustic Dub Messengers - Sayonara no kodama
21 - Fragile State - Panacea
22 - Burnt Friedman - Got to get you straight
23 - Caia - Subway freedom
24 - Go-Betweens - Mrs. Morgan
25 - Elvis Costello - Someone took the words away
26 - Lemonjelly - Ramblin' man

terça-feira, 11 de novembro de 2003

Convites em poucas palavras

1. Convite a conhecer-se Forss, Michael Forss, e um álbum de canções difíceis mas irrepetíveis de 2003: "Soulhack".

2. Convite à audição urgente de uma VOXX (91.6 em Lisboa) que ameaça acabar, agora que vendida a incógnitos pelo seu dono de sempre: Ricardo Casimiro.

3. Convite ao conhecimento de um filme que passará no canal HOLLYWOOD em reedição nos próximos dias e que é brilhante: "There was a crooked man", de Joseph Mankiewicz, com Kirk Douglas e Henry Fonda.

quinta-feira, 16 de outubro de 2003

John Cale

Os cartazes anunciam a boa novidade: John Cale virá novamente a Lisboa, ainda em Outubro.

Dever-se-ia organizar excursões, nas escolas os professores de educação musical preparar aulas (magnas) práticas de audição do que é a "real music" e o Conservatório poderia até transferir aulas, por uma noite, para a sessão de "master" Cale.

Improváveis eventos que só anunciam que muitos lugares ficarão à disposição dos amadores de música a sério.

Cale em Lisboa é a melhor notícia deste Outono esquisito que vamos tendo.



Harrison Ford + Kristin Scott Thomas= "Random Hearts"

Sidney Pollack realizou em 1999 este filme de grande sensibilidade, que somente agora descobrimos.

Há nele coisas menos positivas, como perceber-se do envelhecimento físico notório de Harrison Ford, ou o facto de durar cerca de 130' apenas.

Há depois a inapagável performance de Kristin Scott Thomas, a fazer apelo à memória de outro notável filme de 1998: "The Horse Whisperer".

Da química muito particular entre Ford e Kristin, temperados pelo saber "cool" de um Sidney Pollack em plena maturidade contemplativa, nasce o que poderiamos considerar de paradigma de como fazer um bom filme nesta época, sem stress desnecessário, com credibilidade, um acting correcto e atmosferas de enlevo.

"Random Hearts" não terá sido um filme de grandes plateias. Justamente os públicos por vezes também se enganam.

E tudo gira, por uma vez, não em forma de triângulo amoroso, mas de quadrado. E de como se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, sem mais.

sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Canções de sempre e os sons e imagens de 2003

Mania antiga, a das listas. Há mais de 20 anos que as editamos.

Em 2003 chegaremos mais longe, seremos mais ambiciosos: vamos falar dos 100 trechos musicais não eruditos de sempre.

Serão canções, ou formatos de tipo pop em geral, com ou sem voz.

Seremos eclécticos e multigeracionais.

Em Dezembro, alinharemos com o "mainstream" e propagaremos a lista do ano, pela nossa parte em circulação habitualmente restrita.

A ala audiovisual do DIVERSUS há-de votar os filmes do ano, em sala e em DVD.

É claro que não queremos ser originais.

sábado, 27 de setembro de 2003

Os COMATEENS: cultura interdita na era digital

Por inícios dos anos 80, talvez mesmo em 1980, em Nova Iorque, 2 jovens - Nik North e Ramona Jan - juntam-se a uma modesta caixa de ritmos e encontram-se sob este nome fútil e inexpressivo que é The COMATEENS.

Uma guitarra e um sintetizador a sério trazem depois respectivamente Oliver North e Lyn Byrd, a tempo de perfazerem a formação que assinaria um dos grandes àlbuns de canções da década de 80, "The COMATEENS", de 1981, lançado pela obscura editora da cidade - entretanto desaparecida e com catálogos em mãos incógnitas - Cachalot Records.

Variadas canções se destacam daquele conjunto inesquecível de melodias e ritmos simples, mas uma em especial: "Ghosts".

Há dias, um sábado de tarde, alguém se lembrou de passar "Ghosts" na rádio, na VOXX, e aí renasceu esta vontade de conseguir o que há mais de 20 anos não logramos: encontrar registos com som dos COMATEENS. Pelo menos mais vivo que o que se extrai de uma fita SONOVOX de 1980, gravada num SHARP de um ou dois watts.

É que "The COMATEENS" nunca foi editado em CD.
Aliás, do que é sabido, nenhuma edição deste grupo ocorreu, para além do seu fim, em 1985. Mais tarde, em fins dos anos 80, Oliver North morreria, e todos estes nomes ficaram mais enterrados que antes no banimento que lhe devotou a indústria e a memória da cultura "mundi".

Como face a tantos outros autores, tal qual em outras artes, o mercado soube ser cruel. Provavelmente, os COMATEENS venderam não mais que 2 ou 3 milhares de exemplares de cada um dos seus 3 LP's, situação fatal: não há público, não há edição.

Mas no DIVERSUS temos uma tese cá nossa: o problema central da edição musical, ou talvez da edição cultural em sentido amplo, é a cabeça dos editores, dos seus managers e executivos, mesmo dos mais "liberais".
Arrogam-se a compreensão plena do mercado, de conseguirem totalizar a compreensão do que vende e, não raro, decretam pelo insucesso pretérito a impossibilidade de um êxito em geração e em contextos histórico-culturais diferentes.
E falham muitas vezes. Atingem então o glorioso estatuto de agentes de autêntica situação de lesa cultura, que o mundo com consciência crítica deve desprezar.

Por exemplo "Ghosts", devidamente promovido nas rádios europeias de hoje, seria um "hit" de estalo, como se tivesse sido agora mesmo produzido.

Optimistas que somos, confiamos que também neste caso uma personalidade sensível e sensata há-de algum dia pegar nesta autêntica oportunidade de negócio de que aqui falamos.

Se o DIVERSUS pudesse editar, nem que fosse em vinil, por certo iria pegar nos COMATEENS. E quem sabe se amanhã...não conseguiremos que acabe o opróbrio.



Para referência de quem se interessa, os COMATEENS foram contemporâneos de outros esquecidos ou semi-esquecidos norte-americanos da mesma geração, alguns com a mesma outros com pouco mais sorte que a sua, como The FLESHTONES, RIP RIG + PANIC, The FEELIES, WAS (NOT WAS), dB's, B-52's, GUN CLUB, The CRAMPS, entre outros.





domingo, 21 de setembro de 2003

STEVEN SPIELBERG - o cinema, o marketing e o medo (a propósito da edição de BAND OF BROTHERS)

SPIELBERG é (para além de nome de terra austríaca) seguramente das marcas culturais mais fortes na indústria ocidental contemporânea.

A marca SPIELBERG identifica espectáculo, emoção, stress cognoscivo, assenta em personagens emblemáticos, associa-se a produtos fílmicos que, sempre parecendo procurarem mais o efeito que um objecto, estabelecem com sucesso o que chamariamos de "vital link" com as suas audiências.

Tomemos o exemplo de um dos mais fantásticos filmes de Steven: DUEL, de 1971, feito para televisão.

Personagem emblemático: dois, o temível "killer truck" e o condutor do automóvel, (Dennis Weaver, no papel do "ordinary character"), apanhado pelo destino mais cru nas inóspitas e intermináveis estradas americanas.

Espectáculo, emoção, stress: toda a tramitação do filme, o inescapável ataque do camião, a procura do homem, nunca encontrado, por detrás do vazio cinzento e gigantesco, a absoluta necessidade de se ascender sempre ao nível do próximo patamar, aqui não parecendo tão óbvio e assegurado que haverá um final feliz.

E em DUEL Steven SPIELBERG joga com o efeito diabólico do mais fundador dos sentimentos, aquele que mais a todos nos mobiliza: o medo.

No cinema de Spielberg, como em geral no cinema quase todo, o medo é o factor chave da atracção, logo do sucesso.

Tal como o personagem de Weaver em 1971, o espectador sente o medo, assusta-se, primeiro refugia-se, logo depois quer entrar e se possível experienciar o desfecho, envolvendo-se.

O envolvimento do espectador, a quase levitação da realidade, há-de conduzi-lo para a sensação de participação na "sorte" do actor e do enredo, e é aí que se dá o efeito de empatia primária que marca SPIELBERG, como marcou antes HITCHCOCK e tantos outros.

Fica o convite: ver DUEL e encontrar o paradigma do sucesso da empresa SPIELBERG, a chave da marca, ainda sem o doce aroma dos milhões.

Voltaremos a SPIELBERG.

terça-feira, 16 de setembro de 2003

Ainda JOHN CALE

John Cale merece-nos estima grande e por isso a ele voltamos para dar notícia pública de mais alguns registos que vale a pena conhecer.
São obras todas posteriores ao apagamento dos Velvet Underground, personalidade colectiva cintilante de dois criadores de fábula: Cale e Lou Reed.

- PARIS 1919, de 1971, tantas vezes em Mid Price;
- FEAR, de 1974, difícil de encontrar;
- CARIBBEAN SUNSET, de 1984;
- SONGS FOR DRELLA, com Lou Reed, de 1990;
- THE UNKNOWN, gravado em 1994 e editado em 1999.

De John Cale sabe-se ainda outro dado relevante: tem "British Passport".
Se no Reino Unido houvesse suficiente decência cultural, Cale seria Sir. Em português, um Senhor.
Outros valores no entanto se levantam.


PS - temos dificuldades em editar o e-mail, para o caso de alguém nos pretender contactar. Escrevemo-lo em texto, até que os mistérios da BLOGSPOT estejam devidamente desvendados. Tão apenas o primeiro e-mail disponí­vel. DIVERSUS mais virão a público.

vreismachado@netcabo.pt

JOHN CALE

"5 tracks" é um pequeno Álbum, com 5 canções.

Não tinha razão João Lisboa, sábado passado, no "Expresso".

John Cale está "definitivamente glorificado" desde, pelo menos, "Honi soit", em 1981.

Logo depois, em "Music for a new society", de 1982, Cale assinou um disco chave dos anos 80, que com "Honi soit" constitui um dos dípticos mais assombrosos da música popular.

Músico desigual, John Cale traz-nos em "5 tracks" música nas suas melhores tradicões criativas, e em "Verses" ou em "Wilderness approaching" realiza arte nos píncaros.

Culpados do DIVERSUS - Pacheco Pereira

Seremos um mais dos muitos admiradores de JPP, de muitas das suas posturas públicas, em si mesmas intrínsecos actos de cultura.

Nele reconhecemos a matriz do "editor livre", surpreendente e conservador, inovador, polemista e corajoso. Em suma, revolucionário porque livre.

O JPP é o segundo culpado desta ABRUPTA vinda do DIVERSUS. O último, por agora, que reconheceremos.

Culpados do DIVERSUS - Ricardo Saló

O DIVERSUS homenageia: Ricardo Saló foi e é responsável pela divulgação da melhor música popular em Portugal.

Desde a Antena 1 á  XFM, agora na VOXX, mas sempre em escrita, no Expresso, ou em outras colaborações com letra impressa, o Ricardo é o incontornável centro de difusão das melhores apostas.

Muitas das músicas de que falaremos devemos-lhe a ele o seu conhecimento, pela clareza e o acerto da recomendação.

Não sei se somos centenas, se milhares, os que temos em Ricardo Saló aquilo que em gí­ria se chama de guru. Confessemo-lo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2003

Serão DIVERSUS

...os sons, as imagens, as ideias, nós.

Falar-se-á aqui de gostos. Menos de desgostos.

Recordar-se-á. Adivinhar-se-á pouco.

Amamos músicas e imagens. Queremos divulgar e partilhar.

Seremos diversos. Mas poucos.


Agradecemos a John Cale e a uma das suas "5 tracks" a inspiração para o tí­tulo.