A propósito da vinda de Hector Zazou e da sua Mini Orchestra esta noite a Lisboa, perguntava a alguns dos seus amigos a Flur: imaginemos o que poderia fazer Zazou - músico contemporâneo das plataformas de encontro de culturas e ao encontro das culturas - se olhasse para Portugal, musicologicamente, claro? Respondemos nós:
"Zazou, acerca da música portuguesa, teria talvez 2 boas opções, se ocorresse poder-se propor-lhe caminhos:
1. a opção do trabalho apontado nas recolhas (centenas de horas de autêntica antropologia musical) de Lopes-Graça e Michel Giacometti, quase sempre cantores e músicos anónimos, muitas vezes idosos carregando memórias de antigas e belíssimas harmonias e vibrantes rítmicas. A reinvenção poderia fazer-se pelo recurso às próprias gravações, ou pela revisitação dos locais, onde as memórias por certo se propagaram para novas gerações.
2. a segunda opção seria trabalhar sobre o maior dos nossos maiores, Carlos Paredes, o nosso único músico verdadeiramente universal (no mérito, não necessariamente na divulgação). A opção de um trabalho de reinvenção sobre Paredes, correndo o risco de beliscar zona mágica, poderia, quem sabe, emprestar ao melhor som da chamada guitarra portuguesa uma projecção de modernidade que definitivamente lhe falta, ao mesmo tempo que seria serviço à humanidade dar a conhecer o som maravilhoso do Carlos Paredes dos anos 60, o de "Guitarra Portuguesa" e de "Movimento Perpétuo".
1. a opção do trabalho apontado nas recolhas (centenas de horas de autêntica antropologia musical) de Lopes-Graça e Michel Giacometti, quase sempre cantores e músicos anónimos, muitas vezes idosos carregando memórias de antigas e belíssimas harmonias e vibrantes rítmicas. A reinvenção poderia fazer-se pelo recurso às próprias gravações, ou pela revisitação dos locais, onde as memórias por certo se propagaram para novas gerações.
2. a segunda opção seria trabalhar sobre o maior dos nossos maiores, Carlos Paredes, o nosso único músico verdadeiramente universal (no mérito, não necessariamente na divulgação). A opção de um trabalho de reinvenção sobre Paredes, correndo o risco de beliscar zona mágica, poderia, quem sabe, emprestar ao melhor som da chamada guitarra portuguesa uma projecção de modernidade que definitivamente lhe falta, ao mesmo tempo que seria serviço à humanidade dar a conhecer o som maravilhoso do Carlos Paredes dos anos 60, o de "Guitarra Portuguesa" e de "Movimento Perpétuo".