terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

New Order em Temptation: no apogeu da herança de Ian Curtis

Temptation leva-nos ao breve fim deste trajecto pela herança de Ian Curtis. E finalizamos com a melhor herança, a melhor canção Pop, um portento definitivo, que condensa o crème de la crème do grupo de rapazes de Manchester.

Depois das epopeias de Curtis, com os New Order chegava a vertigem Pop. Não uma Pop qualquer, apenas aquele ritmo e aquelas melodias que só poderiam advir do ninho Joy Division. Porque também os deprimidos têm os seus momentos de festa, também os deserdados, os solitários, os ansiosos, têm os seus momentos de agitação e também eles procuram muitas vezes a beleza condensada em canções.

Os filhos espirituais de Curtis, verdadeiramente seus irmãos nos Joy Division, especializaram-se então nas canções. Sim, os New Order são um grupo de canções. Não foi só a electrónica, não foi só Blue Monday, nos anos 80 um dos maxis mais vendidos e das batidas obrigatórias das pistas de dança.

Ainda em 2005, com Waiting for the Sirens Call, chegaram mais 3 canções para o pecúlio: Krafty, Waiting for the Sirens Call ou Who's Joe?

Mas desde Temptation que o seu ADN se explica assim: Pop com cor singular, numa dimensão onírica que muito poucos mais conseguiram com tanta consistência de há mais de 20 anos.