Se há um primeiro ano em que tudo parece fazer sentido, na música popular, esse ano é 1967.
Foi o ano de arranque dos Doors, logo com dois álbuns, foi o ano do maravilhoso “Goodbye and Hello” de Tim Buckley, foi o ano de “Simley Smile”, dos Beach Boys, foi o tempo em que Buffalo Springfield, Bob Dylan, Beatles, Jimi Hendrix, Jefferson Airplane, Pink Floyd, Rolling Stones, Scott Walker e tantos mais ajudaram a criar a noção de que a revolução estava em marcha.
Só 1980 viria a repetir o feito.
Mas de todos os grandes feitos desse ano de charneira, o grande estrondo, o melhor contributo para a modernidade, foi-nos trazido pelos Velvet Underground de Lou Reed e John Cale, ajudados pela marca inesquecível de Andy Warhol, o híbrido multi-cultural moderno por excelência na América urbana de então.
O primeiro álbum dos Velvet é seguramente dos grandes feitos culturais da música contemporânea, explodindo todas as fronteiras de género e colocando-se na história naquele lugar de obra cimeira, de primeiro paradigma da cultura musicológica do nosso tempo.
A IMAGEM: David Guttenfelder, 2024
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