sábado, 15 de setembro de 2007

O transistor creme e o Algarve de 1940

Eu e a música conhecemo-nos há muitos, muitos anos.
Tudo começou na cama, com meses de idade, diziam-me. Um transistor de cor creme era o "remédio-santo" para não chorar e adormecer melhor. Eram depois dormidas tranquilas para todos.
Parece que foi então que o vírus se alojou.
A minha mãe, mulher da máxima sensibilidade e inteligência, havia sido uma efusiva bailarina, encantando as pistas das colectividades algarvias de Lagoa, Portimão e Estombar.
Será por isso o meu um vírus semi-algarvio, trepidante, com origem genética sobretudo rítmica.
E que ritmos se dançaria nas pistas de dança de 1930/1940, as décadas da adolescência e juventude algarvia da minha mãe? Nunca soube.