sábado, 6 de maio de 2006

Grandes àlbuns - Dirty Looks, dos Dirty Looks

1980 ficará assinalado como, talvez, o melhor ano da produção musical popular.
Foi nesse ano que, de ambos os lados do Atlântico, surgiu toda uma nova vaga de edições, marcadas pela inovação, pela diversidade, pelo transculturalismo, pela vertigem Pop propriamente dita. E acima de tudo pelo número elevadíssimo de canções de grande impacto melómano.

Gravando na etiqueta Stiff Records, uma das mais activas então, os Dirty Looks (originários de Staten Island, N.Y, em 1978) cumpriram a profecia mais conhecida da cena musical não erudita: fazer uma grande obra e depois desaparecer da primeira linha.
O primeiro e magnífico
Dirty Looks (atenção a este link, verdadeiramente raro), com o mesmo nome, apareceu, deslumbrou intensamente, e nem edição em CD jamais chegou a merecer. Ou seja, brilhou e foi efémero.

Depois, como muitas vezes sucedia (e provavelmente ainda sucede), a voragem da editora em multiplicar o relativo sucesso da primeira publicação - vendas superiores a 100.000 - encarregou-se de, à revelia dos Dirty Looks, impor sucessivas pós-produções, arrasando a qualidade Pop do segundo àlbum, Turn It Up.


A chaga do segundo àlbum é talvez a segunda grande maldição da música Pop: se o primeiro foi muito bom, então o segundo provavelmente será mau. No caso dos Dirty Looks, sabemos ao menos onde esteve o problema.