The Drift, de Scott Walker, é um disco muito difícil, mas espantoso, no sentido mais estrito, de desconcertante, e ao mesmo tempo no mais amplo, de belo, mesmo se tão negro e quase depressivo.
Scott Walker é ele mesmo um ser excepcional, editando músicas uma vez por década, sempre longe do palco e do mainstream, sempre surpreendendo, não somente pela incomparável classe, pelo timbre nunca ouvido da sua voz, mas também pela personalidade artística absolutamente única.
E que tal um criador que nos diz que faz música experimental porque quase todos os demais afinal fazem música acessível? Não há falta de quem faça Pop, antes de quem inove e rasgue caminhos.
Motivos mais que bastantes para ouvir e ver Scott aqui num dos raríssimos documentos em que de viva voz nos fala de si, das suas músicas e das profundezas de alma em que parece viver, pelo menos de há 20 anos.