(...) Mas se os Young Marble Giants trouxeram de Cardiff toda a candura, num conceito - há 28 anos revolucionário - de máxima depuração do som, o momento de ouro da noite, o verdadeiro pastel de nata, acabaria por chegar com os Vampire Weekend. O resultado que com eles se pôde escutar na soberba sala 2 da Casa, em pouquíssimos 40 minutos, teve efeito talvez comparável aos momentos de revelação de uma nova fé, ou uma nova crença. Percebeu-se que em Nova Iorque acaba de nascer uma nova estrela da música popular, cheia da vibração própria das estrelas nascentes.
Em Portugal provavelmente não se presenciará tão cedo outro espectáculo assim.
Foi uma sensação de autêntico testemunho histórico e seguramente por muitos anos recordaremos esta madrugada em que pela primeira vez ouvimos a poucos metros de distância um som e uma atitude tão deslumbrantes.
Exibiram-se também na Casa as boas revelações recentes Lightspeed Champion e These New Puritans, mas face ao contexto até pareceram fraco condimento. E até foram bem bons os seus concertos.
sábado, 31 de maio de 2008
tudo pelos Vampire Weekend
Labels: live
a descoberta da Casa da Música
Na descoberta que ontem o Diversus fez, a Casa da Música revela-se um espaço de fazer inveja a qualquer cidade do mundo, albergando bares, recantos e salas num todo de exemplar encanto.
Pode-se numa só noite estar sucessivamente numa sala tipo Aula Magna, 3 minutos a subir e chega-se ao Lux, 2 minutos a descer e eis o Hot Clube.
Mas se conhecer A Casa e o seu cunho de modernidade era o primeiro desiderato, o móbil mais directo ontem na incursão à grande cidade viva que é o Porto era mesmo experimentar 28 anos depois o idílio que os dedos dos manos Moxham e os pulmões de Mrs. Alison Statton seriam capazes de voltar a proporcionar, numa espécie de revisitação ao primeiro romance carnal. Secundariamente, ouvir-se-ia sons jovens, como quem condimenta com canela o pastel de nata.
(...)
Labels: sítios
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Vampire Weekend, "Oxford Comma"
Será já sábado e algures pela madrugada estes acordes devem conseguir trazer à noite cinzenta e invernosa do Porto o efeito de um bom café expresso duplo.
Eis decerto um dos grandes hinos de 2008.
Justice, "Stress"
Muita gente já suspeitava que o mundo está perigoso. Os Justice vêm confirmá-lo, dando à suspeita o devido som.
Claro que tudo o que aqui se passa não é ficção. E é bom lembrar que já há mais de 20 anos os Test Dept. o anunciavam, em "The Unacceptable Face of Freedom".
Agora já não é anúncio. É assim mesmo.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
James Pants, "Cosmic Rapp"
Ás vezes a Pop pode ser desconcertante, amelódica, apenas rítmica, quase anti-Pop. E ainda assim recomendar-se, pode ela. Ás vezes.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
terça-feira, 27 de maio de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
uma música ligeira, a dos The Do, em "A Mouthful"
The Do é nome de um duo dedicado à música Pop. São dois, ela finlandesa, ele francês. O seu domicílio parece ser Paris. O som, um misto de base Pop, aproxima-os por vezes dos Fujiya & Miyagi, ou dos Go-Team. Mas há pitadas de outras coisas, até de humor.
O conjunto de canções reunidas em "A Mouthful" remete-nos para a simplicidade do melhor Pop europeu e o disco é, sem dúvida, um dos mais refrescantes que 2008 já nos trouxe.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
segunda-feira, 19 de maio de 2008
sábado, 17 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Big Audio Dynamite, "E=Mc2"
Mick Jones era um dos 2 Clash chave. Até que um dia deixou de ser, por incompatibilidade com Joe Strummer. O que se seguiu foi isto. Ou seja, magnífico.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Mikey Dread, "Bankrobber"
Bank Robber
Várias vezes colaborou Dread com os Clash. Esta versão do hino "Bankrobber" dá boa nota do tributo que músicos nativos (ao menos espiritualmente) da terra do dub e do reggae prestavam ao mestre do Pop-Punk-Ska-Dub que era Joe Strummer.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Nova Zelândia 2: os Fat Freddys Drop
1. "Roady"
2. "Hope"
3. "Midnight Marauders" (ao vivo)
4. "Cay's Crays" (ao vivo)
Ainda está muito viva a memória dos Fat Freddys no Casino de Lisboa, há cerca de um mês. Foram absolutamente brilhantes.
Os Fat Freddys Drop são hoje o melhor que musicalmente encontramos a sul do equador, um misto de passado e futuro, a síntese possível do que já se fez e daquilo que já se pode entrever do que se fará um dia. O registo é superior, cristalino. A atitude está toda lá e a criatividade cénica empresta à banda-estrela que a Nova Zelândia hoje tem aquele toque de génio que faz prever grandes coisas para o álbum de canções já prometidas para o fim de 2008.
ainda o continente austral. Nova Zelândia 1 - The Black Seeds
1. "So True"
2. "Cool Me Down"
3. "Sometimes Enough"
4. "The Answer"
Passados mais de 20 anos na Austrália (o continente) o epicentro criativo deslocou-se para oeste, para a Nova Zelândia. O som Pop é agora mais corporal, forte, infinitamente dançável. É o reggae, o funk, o groove, tudo em doses de tal modo caldeadas que nos fazem pensar que é lá que mora agora a esperança de que já à esquina estejam as melhores propostas que amanhã nos trarão aquela radical felicidade que todos obsessivamente procuramos.
Os Black Seeds são um bálsamo. Nada neles é novo. Muito do que cantam é no entanto espantoso.
the Comateens, "Ghosts"
"Ghosts" clip tells us about an outstanding Pop band, which we first commented here by September 2003.
Comateens comes back to Diversus now in dedication to my friend Juergen, whose attention did let me know about their first album recent re-edit, in CD support.
Thanks.
Austrália 2: The Triffids
1: "Wide Open Road"
2: "Bury me Deep in Love"
3: "Trick of the Light"
4: "Save what you can"
Havia nos Triffids uma beleza diferente, um toque mais dramático, quase operático. Há já mais de 20 anos, os álbuns "Born Sandy Devotional" e "Calenture" foram prodígios de criatividade, trazendo à Europa um calor espiritual que seduzia muito. Era o tempo de saída dos neo-depressivos de Manchester e Liverpool, dos Joy Division aos Echo & the Bunnymen.
Ao contrário dos Go-Betweens, cuja força continuou a ter manifestações sempre próximas da excelência, a banda de Cass McCombs durou 2 anos no seu máximo. Cumpriu-se também aqui o adágio "vive depressa, morre cedo". Quase sempre o melhor dura muito pouco.
Austrália 1: Grant McLennan e Robert Forster, i.e. The Go-Betweens
1: "Right Here"
2: "Head Full of Steam"
3: "Spring Rain"
4. "Bachelor Kisses"
A Austrália dos Go-Betweens era assim uma coisa de filigrana, ou cristal. A sua música foi sempre delicada, uma Pop exímia, radicalmente melódica e muito bela.
Nesta incursão pelo continente mais a sul que o mundo tem, começamos com os melhores de entre os austrais. E 2008 é o ano em que Robert Forster volta a editar, com "The Evangelist".
Sera Cahoone, "Couch Song"
Agora que se avizinha a distribuição local do novíssimo álbum de canções, "Only as the day is long", eis o som que tornou conhecida Sera, um bucolismo a fazer recordar algo entre Joni Mitchell e Michelle Shocked. Bonito.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Duffy, "Warwick Avenue"
E quem é que já escreveu que as canções de Duffy, neste magnífico e fresquíssimo "Rockferry", são puros pequenos clássicos?
quarta-feira, 7 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
The Doors, "Break on Through"
Muitas vezes, as odisseias pela Net têm disto, procuramos novidades e encontramo-nos com o que já foi novo, revolucionário mesmo, e que ainda hoje rompe e abana com o que predomina. Apesar dos 40 anos que tem, quem ousa negar que este Jim Morrison é ainda hoje inovador, inteiramente inspirador?
É escutar o original acima e a remistura de DJ Swamp agora.
canções Pop perfeitas
De acordo com referências da última "Les Inrockuptibles", a canção Pop perfeita tem em média 2m 42s. A ilacção é extraída de um vasto estudo norte-americano, de que a revista francesa escolheu estes exemplos acima - the Cure, Mamas and Papas, The Smiths e La's - e faz prova neste sítio. Um lugar a visitar, evidentemente.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
The Ting Tings, "That's not my Name" e "Great DJ"
The Ting Tings -Great DJ
Poder-se-á chamar a este som de açucarado? E, so what?
Scarlett Johansson, "Falling Down" (cover de Tom Waits)
Não bastava a beleza, a frescura, a inteligência, o "glamour". A mulher-desejo do cinema de hoje também canta. E se canta.
sábado, 3 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Autistic Daughters, "Hotel Exeter dining Room"
Há neste clip, gravado em Viena, Áustria, um sinal novo. É que há quem grave ao vivo, escuramente, sem visibilidade, para que conste no YouTube, referindo que a versão definitiva não é esta mas a que consta do álbum de estúdio, no caso de nome "Uneasy Flowers". Uma atitude que não se estranha, se se considerar a beleza difícil mas talvez necessária deste som.
Wildbirds & Peacedrums, os sons novos da Suécia
A novidade vem de novo das terras frias a norte, agora sob a forma do despojamento máximo, ou de um minimalismo Soul que outros já tentaram e poucos conseguiram. Aqui as coisas vão ainda cruas, mas a prometerem muito fôlego.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Public Enemy vs. AC/DC, "Black is Back"
ou
O mundo está perdido. Os Public Enemy fazem não uma mas duas covers do magnífico "Back in Black" dos AC/DC. Ou será que são os AC/DC a fazerem hip-hop? Hard-pop? Hip-rock? Fresquíssimo.