Como bem dizia Isilda Sanches, eis um Jamie Lidell mais a jeito de todos os "charts" de vendas. É ainda assim som do belo.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Jamie Lidell, "Little Bit of Feel Good"
Lee "Scratch" Perry, "Police and Thieves"
Em 1976 Lee Perry cantava assim este futuro hino dos Clash.
esta foi a noite de "The Future is unwritten", de Julien Temple
Temas: The Clash e Joe Strummer. Foi sublime.
terça-feira, 29 de abril de 2008
The Bongos, "Numbers with Wings"
Se um dia elegermos aqui no Diversus uma lista das 20 melhores canções Pop de sempre lá terá de estar este "nunca hit" dos Bongos, um pedaço de açúcar inteiramente maravilhoso, já com 24 anos.
Howard Devoto, "Rainy Season"
Howard Devoto fez outras coisas de relevo para a Pop britânica dos anos de 1970 e 1980, com os Magazine. Teve no entanto uma contribuição de peso para a causa da Pop universal e intemporal, com este "Rainy Season".
Led Zeppelin, "Whole Lotta Love"
Com Jimmy Page, Robert Plant foi responsável por um dos melhores momentos de rock'n'roll de sempre. Uma das canções-chave do século XX, de resto.
Robert Plant & Alisson Krauss, "Gone Gone Gone"
Com este clip se perceberá melhor por que razão algumas revistas internacionais elegeram o álbum que juntou Plant e Alisson (aqui sustentados na guitarra de T-Bone Burnett) como um dos melhores de 2007. Não é rock, não é bluegrass, é outra coisa. Uma boa surpresa.
domingo, 27 de abril de 2008
Tricky, "Overcome"
Por vezes precisamos regressar onde já se foi feliz. Por exemplo a "Maxinquaye", o disco máximo de Tricky, há bem mais de 10 anos já.
sábado, 26 de abril de 2008
Dead Combo, "Putos a roubar maçãs"
O derradeiro álbum dos Dead Combo, "Lusitânia Playboys", parece sublinhar ainda melhor serem os Dead Combo, provavelmente, o mais fantástico projecto musical deste tempo em Portugal. E a experiência ao vivo, sei-o bem eu (em 2007), é então magnífica.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
4Hero, "Morning Child"
Em 2007, um dos sons de encantamento absoluto foi ouvir Carina Andersson cantar com os 4Hero, no álbum "Play With the Changes". Só agora descobrimos o clip que ilustra a beleza sónica deste "Morning Child".
segunda-feira, 21 de abril de 2008
The Go! Team, "Grip like a vice"
Um dos discos mais subavaliados de 2007 foi o dos Go! Team. Apetece por isso voltar a este ruído quase caótico, aos décibeis lancinantes a sugerir que foi tudo ao molho e fé no engenheiro de som. Mas não. O som deles é belo por entre a desordem. Foi a desordem que nos distraiu de "Proof of Youth".
o absoluto segundo os Fat Freddy's Drop
Chame-se-lhe "groove", "dub", "funk", "soul", "reggae", "pop", "blues" e ainda não chega para que caibam todos os géneros que os Fat Freddy's Drop parece conseguirem fazer confluir na sua música.
A sua actuação na festa do 2º aniversário do Casino de Lisboa, na noite de domingo, fez parecer que se estava em momento irrepetível, tal o tão deslumbrante nível e a poderosa inspiração.
E não precisaram sequer de cantar "Cay's Crays" ou "Hope" para agarrar a massa saltitante.
sábado, 19 de abril de 2008
B-52's, "Funplex"
Tecnicamente ainda são os B-52's. Só que o material de "Funplex", a julgar pela amostra, poderia caber numa reedição por exemplo de "Whammy", ou de "The Goood Stuff", no género "material não incluído no alinhamento original". O que o tornaria ainda assim digno de mérito. É que dos B-52's nunca se esperou asneira.
The Microphones, "The Glow, part 2"
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De clássico para clássico, assim vamos. Os Microphones têm um toque raro, de quem chegou à terra prometida do som. E depois há por aqui muitos pedaços de outras histórias. E um sabor, talvez a terra. Sólido, de qualquer modo.
Duffy, "Mercy"
O recorte clássico fica mesmo bem a Duffy. É de 2008 e poderia ter sido escrita em 1968, como provavelmente também em 2048. É isso ser um clássico.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Apparat, "Fractales pt. 1 e 2"
Depois de uma cereja segue sempre outra, já se sabe. A segunda cereja de "Walls" que aqui chega é a melhor cereja do cacho. "Fractales" é o zénite da criação Pop, não somente de Apparat como provavelmente disputa a mesma condição na música europeia dos últimos tempos. Sumamente delirante.
Apparat, "You don't know me"
Agora que surge por aí o duplo de remisturas de e sobre Apparat, revivemos a última colecção de originais publicada pelo génio alemão, "Walls". Filigrana pura, apetece dizer sobre este som.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Justice, "D.A.N.C.E (MSTRKRFT Remix)"
Claro que todos já conhecem "D.A.N.C.E.". E o que lhe fizeram os MSTRKRFT? Deram-lhe ainda mais pista e retiraram um pouquito da puerilidade dos Justice. Ficou quase tão bom como o original.
MSTRKRFT, "Easy Love"
Á atenção dos eventuais leitores "menores": este clip tem explícitas sugestões eróticas, no género orgástico.
domingo, 13 de abril de 2008
The Do, "On My Shoulders"
Este Pop é simples, como no Diversus gostamos. "On My Shoulders" tem tudo para (nos) tocar muitas vezes. Como qualquer boa canção Pop deve merecer.
No Kids, "Live at End of an Ear"
As estrelas de 2008 vão aparecendo. Os No Kids, aqui em delicioso registo "caseiro", apresentam-se na fileira de Panda Bear ou dos Beirut. O álbum é muitíssimo promissor, "Come Into My House", e está quase a aparecer.
Santogold, "L.E.S. Artistes"
Sim, há mesmo qualquer coisa de muito especial neste som. Há quem lembre M.I.A., como esta uma alma negra.
Carl Craig, "Chicken Noodle Soup"
Semana grande em Lisboa, para relembrar: logo depois dos MSTRKRFT, quinta-feira, no Lux, menos de 72 horas depois, no Domingo, chega Carl Craig ao Arena Lounge do Casino de Lisboa. Hoje é o dia -7 para Carl Craig (depois dos decerto também excelentes Fat Freddy's Drop).
Annie, "Heartbeat (MSTRKRFT remix)"
Provavelmente também este pedaço de Annie virá à pista do Lux, na quinta-feira. Oxalá.
Metric, "Monster Hospital (MSTRKRFT remix)"
Já no dia 17, quinta-feira, vêm ao Lux os MSTRKRFT, para uma Glam Slam Dance. Provavelmente este "Monster Hospital" vai passar no alinhamento. Antes deles, quem se lembraria de falar nos Metric?
Goldfrapp, "Happiness"
Ele há títulos sobremaneira virtuosos. Este então é mesmo capaz de traduzir os sentimentos que o magnífico "Senventh Tree" liberta à sua passagem. Grande regresso o de Alison Goldfrapp em 2008.
Beach House, "Gila"
Eis uma canção do lugar onde, mais ou menos, as Au Revoir Simone tinham deixado a música, o ano passado.
Vampire Weekend, "Mansard Roof"
A segunda inclusão dos Vampire não vai sem uma referência às influências da etiqueta escocesa Postcard, de há mais de 2 décadas. Grande som.
sábado, 12 de abril de 2008
sexta-feira, 11 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Carl Craig, 'In the Trees'
É um clip sem movimento, mas óptimo pretexto para revelar o Carl Craig mais recente, capaz de diabolizar qualquer corpo em qualquer pista de dança. Podia chamar-se-lhe uma pedrada deliciosamente infernal, este "In the Trees".
Carl Craig, ''Televised Green Smoke'
E quem é Carl Craig? É um tipo de Detroit, senhor de um saber techno de primeira água, influência revelada de muitos e menos revelada de muitos mais na última década.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Fat Freddy's Drop, 'Hope' live at Splore
E parece que os Fat Freddys são irresistíveis ao vivo. Será que o Casino tem espaço suficiente para que os seus metais e esta secção rítmica respirem?
Fat Freddy's Drop, 'Roady'
Há quem diga que este som é mimético do dos UB40, de aqui há uns vinte e tal anos. Ai sim? OK. Então e não é que estas "imitações" foram logo pegar no melhor do melhor dos UB40? Keep on it.
Fat Freddy's Drop, 'Wandering Eye'
Estamos numa semana com os Fat Freddy's e os sons da Nova Zelândia.
Fat Freddy's Drop, 'Cay's Crays' LIVE
Dia 20 no Arena Lounge do Casino de Lisboa o som vai estoirar mais ou menos assim. From down under, como se costuma dizer de alguém do continente mais austral.
domingo, 6 de abril de 2008
Sergey Rachmaninov, Alexis Weissenberg, Herbert von Karajan e as estrelas
O concerto nº 2 de Rachmaninov, tantas vezes acoplado em recitais ao também maravilhoso primeiro de Tschaikovsky, é um primor de elegância, de brilho, de génio. O seu primeiro andamento então pode até revelar a um alienígena os códigos do segredo mesmo da Humanidade.
a música, ou a cultura, e a noção de lazer
Embora controversa, esta tese é interessante por nos lembrar que seja como for a criação cultural, principalmente a música, dependeu sempre de uma muito ampla disponibilidade criativa, dificilmente compatível com outra profissão que estivesse desligada do objecto artístico.
Os grandes músicos eruditos é certo que dependeram sempre de funções não criativas que lhes pagavam o sustento. Uns como músicos de Corte, ou mestres de catedrais, mosteiros ou igrejas. Outros como simples mestres de alunos comuns. Mas o facto de centrarem o seu dia-a-dia no objecto mesmo da sua obsessão criadora acabava por lhes permitir rotinas indispensáveis à composição e mesmo à interpretação.
Não raro, os discípulos acabavam por se tornar cúmplices, cobaias, seguidores e mais tarde elementos do reforço crítico da sua criação.
É a riqueza trazida pela nascente burguesia comercial da Idade Média, o seu gosto e mesmo anseio pelo usufruto de uma cultura do lazer, em família, entre amigos, muitas vezes como signo de sucesso, que vai retirando à música o seu anterior cunho quase exclusivamente monástico e religioso.
A laicização da grande música, a sua saída gradual da exclusividade, até social, para primeiro casas amplas de burgueses, mais tarde para salas, privadas ou públicas, não dedicadas ao culto religioso, foi o passo que permitiu, séculos a fio, que a música se fosse tornando aquilo que é hoje, a expressão artística mais genial que a Humanidade conseguiu realizar.
Claro que esta é uma afirmação inteiramente arrogante e excessiva. Mas é o que eu penso.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Thievery Corporation, 'Focus On Sight'
Houve momentos em que se pensou que a revolução vinha aí de Nova Iorque, com esta Thievery Corporation. Foi há já mais de 10 anos. Afinal não veio. Mas o que chegou com Rob Garza e Eric Hilton ficou de sobra para mostrar ao mundo que a revolução fundadora de um novo tempo cultural por que muitos ansiamos há-de passar sobretudo pelo ritmo e pelo ritmo com inspiração de pele negra. O futuro é corpo, é dança, é loucura rítmica.
terça-feira, 1 de abril de 2008
uma grande noite de cinema
Esta noite foi grande. Mais de 2 horas de filme e cada minuto a valer por muito mais.
"There Will Be Blood" é o melhor filme que vejo de há muito, muito tempo.
A performance de Daniel Day-Lewis é a revelação de que ele será talvez o melhor actor em actividade.
Paul Thomas Andersson, através do personagem de Day-Lewis, filma o interior profundo dos homens e da fé dos homens de tal modo que arrepia.
"There Will Be Blood" está quase a sair dos ecrãs de Lisboa. Vê-lo requer estômago, capacidade de aguentar os silêncios, capacidade para aguentar planos aparentemente áridos, mas afinal ingredientes, os silêncios, de um todo magnífico.
Se houve um filme em 2007 maior que os outros, um actor muito maior que qualquer outro, parece-me que é aqui que se tem de procurar.