Andrew Bird, "Imitosis"

Hoje á noite, deverá ser assim, entre o violino, o assobio e a gravata posta. Pode também ser apenas o assobio e a guitarra, a gravata no bolso.
Será seguramente bom o Bird de hoje, num S. Jorge de casa cheia.

Bob Marley, "Is This Love?"

Peter Gabriel com Youssou N'Dour, "Biko"

Esta interpretação do clássico de Gabriel tem uma importância muito particular: para lá de ser das melhores interpretações ao vivo que lhe conheço, ocorreu 10 anos depois de escrita, 8 anos depois de editada (no álbum "Peter Gabriel 3")e 2 anos antes de a vitória na luta por décadas travada naquele povo contra a discriminação racial, pela causa dos direitos de cidadania, ter prevalecido.
Á distância de quase 20 anos, esta mensagem de empenho cívico faz pensar quanto por vezes até os pequenos contributos podem ajudar nas grandes mudanças.
Talvez este "Biko" tenha ajudado mesmo mais que apenas um pouco na revolução que levou a África do Sul da indignidade de um estado pária à pátria milagrosa de Nelson Mandela, terra de paz e de reconciliação depois de ter sido lugar de ódio, segregação e violência.
Eu acho que este hino à vida assassinada de Stephen Biko, camarada e amigo de Mandela na prisão, desempenhou o papel que Peter Gabriel desejou, fazendo o mundo vibrar e sentir. Há 27 anos recordo toda uma geração de teenagers que com ele pela primeira vez ouvimos falar daquele país que constitucionalizara a discriminação racial. E depois, que grande música.

Common, "The Corners". Malcolm X, a propósito dos direitos civis na América.

Linton Kwesi Johnson, "Brixton"

LKJ é o melhor dos autores Reggae que alguma vez produziram fora da Jamaica natal e, no álbum "Forces of Victory" (1980), atingiu um nível que nenhum outro reggaeman alguma vez sequer beliscou, nem mesmo Bob Marley.

The Specials, "Rat Race"

Foram os Specials a melhor banda Pop com inspiração no Reggae? Claro que sim. Inicialmente chamava-se a este som Ska. Hoje chamemos-lhe simplesmente Pop. Grande canção, das suas melhores.

Gil Scott Heron, "The Revolution Will Not Be Televised"

Dj Shadow, "Midnight in a Perfect World"

Dj Shadow, "Six Days"

Prefab Sprout, "When Love Breaks Down"

Mavis Staples, "99 & 1/2"

Novamente a recém-descoberta (pelo Diversus) Mavis Staples, já vetusta na idade e tão refrescante na proposta cultural.
Este é mais um lugar onde o funk, a soul e o gospel se juntam para esclarecer de que cor é o som do futuro.

Mavis Staples, "Eyes on the prize"

The Smiths, "There is a light that never goes out"

Madness, "My Girl"

Uma paixão já com 28 anos, por uma das melhores canções Pop jamais compostas.

Koop com Yukimi Nagano, "Summer Sun"

Tosca, "Honey"

The National, "Mistaken For Strangers"

David Vandervelde, "Jacket"

Tom Waits, "Downtown Train"

A ele voltamos sempre que os ventos estão contra. E hoje então parece que estamos sob pleno vendaval.

Blur e o romance: do álbum "13", "Coffee and TV"

Underworld, "Born Slippy"

Amadou et Mariam, "Sénégal Fast Food"

Adam and the Ants, "Stand and Deliver"

Se esquecermos os Sex Pistols, produto de que Malcolm foi apenas co-mentor, a obra maior da vedeta desta noite, Mr. McLaren, foram os hits de Adam and the Ants. É este "Stand and Deliver" a melhor das canções que produziu ou ajudou a criar com Adam Ant? Provavelmente.

Malcolm McLaren, "Madame Butterfly"

Malcolm editou em nome próprio principalmente dois álbuns, "Duck Rock", muito bom, e "Fans", menor mas com esta música magnífica, uma pilhagem descaradíssima mas que resultou muito bem do mais famoso trecho da histórica ópera (homónima) de Puccini.

Bow Wow Wow, "I Want Candy"

Os Bow Wow Wow foram criação de um esperto produtor inglês, Malcolm Mclaren, que já antes formatara a marca Sex Pistols e ao mesmo tempo produzia e provocava com os Adam and the Ants e em nome próprio.
Esta fresca "I Want Candy", versão de um pequeno hit dos anos 60, de um grupo obscuro chamado The Strangeloves, com uma cantora (Annabella Lwin) nos seus 14, 15 anos, era verdadeiramente um tiro aos tops de 1982. E foi um tiro falhado.
Segue este clip com um abraço para o ZEFM, que há semanas me recordou esta cançoneta.

Lambchop, "Up with People"

No Diversus gostamos que se farta de Kurt Wagner e dos seus Lambchop.
São poucos os clips com som original disponíveis no YouTube. Para matar saudades não fica nada mal este "Up With People", por sinal dos poucos hits de vendas na América natal.
Um viva ao Kurt!

Blur, "Tender". O apogeu de Damon Albarn, no magnífico "13", de 1999

"Tender is the night
lying by your side.
Tender is the touch
of someone that you love too much.
Tender is the day
the demons go away.
Lord, I need to find
someone who can heal my mind"

The Good The Bad And The Queen, "Kingdom Of Doom"

Beck, "Think I'm In Love"

Para os que não recordam Beck, designadamente a brilhante equipa reunida no Casino, ia alta a madrugada, hoje.

"Duel", de Spielberg

A filmografia de Spielberg é monumental, coerente, sublime quase sempre. Ainda recentemente vimos "Terminal", com Tom Hanks e Catherine Zeta-Jones e novamente nos embasbacámos com a arte única de Steven.
Mas, como já mais que uma vez aqui referimos ser nossa opinião, o melhor de Steven é a sua estreia, no caso "Duel", feito para televisão, em 1972.
O clip aqui é extraordinário, pois revela-nos os primeiros 280 segundos do filme, e desde logo nos passa o código do que depois se verá: um estreitamento progressivo das vias na estrada, um sentimento claustrofóbico que incessantemente se implanta, o desaparecimento gradual de protecções e baias na estrada e a inexistência de gente, terreno predilecto, como se sabe, para os fantasmas.
É de facto de um filme de fantasmas que trata este início de uma carreira que quase sempre se dá bem com máxima economia de meios.
De recordar finalmente ser este um dos melhores filmes de todos os tempos aqui para o Diversus.

The Smashing Pumpkins, "1979"

Gostamos mesmo muito, no Diversus, deste "1979" e do brilhante em que habita, "Mellon Collie and the Infinite Sadness". Pura emoção!

David Bowie, "Loving the alien", do álbum "Tonight"

Bowie voltará uma e outra vez, sempre que os clips fizerem justiça à sua música e a saudade nos fizer convocar o mais famoso mutante das músicas populares.
"Loving the Alien" é uma canção da fase mais enjeitada pelos amantes mais fervorosos de David, mas é em definitivo das suas grandes apostas Pop, e em nossa opinião um desafio ganho.
Com dedicatória para o António da Symbiose, um confesso fanático de Bowie.

Neil Young, "A Man Needs A Maid"

"A man needs a maid" é, para o Diversus, a mais bela canção de sempre de Neil Young. Integrou o magnífico álbum "Harvest" e é um portento de lirismo.
Esta versão encontrável no YouTube, com piano somente, não atesta a grandiloquência que os naipes de cordas que acompanham Neil no álbum lhe conferem, mas a canção, essa, quase viveria apenas com voz.
Quanto a Neil Young, deve dizer-se que este canadiano com origens na América pré-colombiana esteve quase sempre na vanguarda do bom gosto e foi sempre dos melhores de entre aqueles que nunca quiseram inovar, menos ainda revolucionar.
De facto, poucos como Neil defenderam tão bem o melhor da tradição musical em lingua inglesa. E quem disse que não há lugar para a tradição na era moderna da música popular?

Fatboy Slim, "The Rockafeller Skank"

Marvin Gaye, "What's Going On" em rara versão ao vivo.

Rheingold, "Dreiklangsdimensionen". 1982 (8 anos depois de "Autobahn", dos Kraftwerk).

Kraftwerk, "The Model". Chamemos-lhe fascínio.

The Cinematic Orchestra e Fontella Bass, "All that you give"

Andrew Bird, o mágico, "Simple X"

Andrew Bird e a antevisão de 31 de Maio, no S. Jorge, "Plasticities"

Super Discount, i.e. Etienne de Crecy e Alex Gopher. A propósito do último "Alex Gopher".

Etienne de Crecy, "Am I Wrong"

Pizzicato Five, "Twiggy Twiggy"

Craig Armstrong com Liz Fraser, "This Love". For you only.

This Mortal Coil e Elisabeth Fraser, "Song To The Siren". Algures perto do céu.

The Jam, "Town Called Malice"

Orbital e Lisa Gerrard, "One Perfect Sunrise"

Buraka Som Sistema feat. Petty, "Yah!". Sempre a bombar!

Dj Shadow e uma canção maravilha, "This Time (I'm Gonna Try It My Way)"

The Cure, "In Between Days"

Steve Winwood, "While You See A Chance". Sim, de um dos mais belos discos alguma vez produzidos, "Arc of a Diver", de 1980

o dia de Jona Lewie, "Louise"

Jona Lewie, "You Will Always Find Me In The Kitchen At Parties"

Jona Lewie, "Stop the Cavalry". Um super-clássico.

New Order, "Krafty". Brilhante.

LCD Soundsystem, "Daft Punk is playing at my house"

MC Solaar, "Nouveau Western"

Timbaland, a nossa Nelly e um tal Justin, em "Give It To Me"

"Wordy Rappinghood", dos Tom Tom Club em 1982, dançado pelos The Scene Funkateers

A Tina Weimouth, para o registo histórico do Simão e do seu notável "Enquanto houver estrada para andar..." (link aqui ao lado).

Natacha Atlas - Amulet

Morphine e "Buena", uma canção para toda a história da música

Andrew Bird em Lisboa, a 31 de Maio

Autor de um dos grandes discos de canções de 2007, Armchair Apocrypha, Andrew Bird vem a Lisboa a 31 de Maio, para actuação única no S. Jorge.

O Diversus vai lá estar e convoca a cidade e o mundo (urbi et orbi!) a comparecerem em peso.

É preciso fazer notar que falamos de um dos mais consistentes e brilhantes compositores na lingua inglesa activos nos últimos anos e que o álbum em referência é belo, belo, belo!

Peven Everett em "Power Soul"

Os sons em 2007 prosseguem o seu caminho imparável e deixam pouco espaço para que se respire cada um. Agora é o regresso à forma de quem se julgava devolvido à multidão.

Power Soul é elucidativo logo no título, falando-nos do poder que tem uma alma quando grita, quando rasga as vestes.

E talvez ocorra a outros, como ao Diversus ocorre, que Power Soul não sucederia não tivesse havido o Moodymann de 2005 ou o Carl Hancock Rux de 2006.

Sim, como se aquelas almas negras se entre-convocassem, na afirmação de que a América do Norte mantém consigo o Santo Graal da música, contra as evidências que o apontam agora na Escandinávia.

É quase certo que teremos de voltar a Peven Everett, melhor encaixado que esteja o murro no estômago que se sente com este disco.

Owusu & Hannibal e o álbum "Living With ..."

Robin Hannibal e Philip Owusu assinaram para a Ubiquity Records uma obra-prima absoluta e bem poderiam encerrar aí a sua existência artística, para não estragarem o efeito que em nós perdura e se acentua de há meses, desde que esta música roda e pouco depois que mão amiga no-lo ofereceu.

"Living With ...", produzido e editado em fins de 2006 mas só este ano revelado Europa fora, é melhor que tudo o que ouvimos em 2006, melhor que tudo o que já ouvimos em 2007 (sim, até melhor que as Au Revoir Simone!) e provavelmente melhor que quase tudo o que ouvimos nos últimos e ouviremos nos próximos anos a fio.

O Rhythm & Blues está cruzado com a Old Soul, a electrónica é discreta, quase ambiental e o caldo final produz uma névoa de calor muito especial, que imaginamos se possa situar numa geografia algures entre a Nova Iorque de fins dos anos 80, ou na revisitação ao bas-fonds fervilhante da Bristol do início da década de 1990.

Mas não. Owusu & Hannibal vêm de Copenhaga e com Hird e Eric Walforss (Forss), em Estocolmo, e Hans Peter Lindstrom e Prins Thomas, em Oslo, colocam agora toda a Escandinávia (Björk tratara já uma década antes de o fazer com a Islândia) definitivamente no centro do mapa deste nosso tempo.

No Diversus hesitamos em nos mudarmos de armas e bagagens para este Norte, lugar onde em definitivo corre mais forte a seiva da vida, como quem vai à procura do ouro, género América oeste semi-virgem do século XIX.

Coisas da alma e culpa imediata destes sons mágicos de Robin e Philip.

General Electrics, "Facing That Void"

"Breakdown" e a memória viva do DIVERSUS

"Love Will Tear Us Apart" e os Joy Division de Ian Curtis

Foi em Maio de 1980 que Ian Curtis se suicidou, semanas depois de ter gravado este clip para uma canção a um tempo visionária e revolucionária. Raramente a face de Curtis se viu assim, como nestes 3 minutos de puro sonho.

Bebel Gilberto e "Momento"

2007 vai bem e recomenda-se muitíssimo. A Bebel ajuda com deslumbramento e grande classe com uma canção para ouvir uma e outra vez e depois muitas, muitas mais vezes depois das primeiras. É autêntico feitiço, esta Bebel.

The Go-Betweens: "Spring Rain". Hello Grant.

"A River Runs Through It", de Robert Redford

No regresso a este belíssimo filme de Robert Redford, trazemos agora não um trailer mas um extracto do seu fecho, um raro desfilar de poesia, que nos interpela quanto à nossa paixão cinéfila. Porque não amar a poesia que alguns filmes têm e outros não? I'm Haunted by waters, termina dizendo o ancião que já foi criança e que a família e o destino encarregaram de contar uma história.

"The Red Violin", mais um belo registo para a cinefilia do 2007 do DIVERSUS

David Bowie,"The Man Who Sold The World"

Esta é uma grande versão (acústica, grande curiosidade) ao vivo da que alguns, DIVERSUS entre eles, consideram a melhor canção de sempre de David Bowie, isto é uma das melhores canções da história da Pop.

E eis uma pérola Pop: David Bowie e Pat Metheny, "This is not America"

Alex Gopher, "Brain Leech"

Alex é um velho inovador, um francês desde 1998 nas áreas do techno e em geral da electrónica, desde pelo menos o álbum "You, my Baby and I". Foi preciso esperar 9 anos para que chegasse o seu melhor. "Brain Leech" é, definitivamente, a grande canção que sempre esperámos de Alex Gopher. E é a nossa canção de estimação destes últimos dias.