Os Sonic Youth à sua maneira são jovens e isso nota-se quando se ouve.
Por outro lado eles são quase os últimos sobreviventes da onda Pop dos anos 80 ainda activos e vivos, muitos outros estando activos mas já definitivamente mortos e enterrados.
O trajecto foi o mais surpreendente, a fazer lembrar o antiquíssimo mas tão moderno Lou Reed, que 22 anos depois da estreia assinava, em 1989, o seu àlbum mais jovem de antes como de depois: New York.
E New York de Reed muito a propósito de "Rather Ripped", o ponto em que os Youth como que reescrevem as origens, assinando um som naïf e melódico, tão característicamente ligado às primeiras obras.
Mas que não haja enganos, foi há 24 anos já que estes cavalheiros se estrearam, pouco depois, em 1986, produzindo um disco que ficaria na história da música, EVOL (LOVE ao contrário, quase EVIL, de mal). Mas EVOL era melódico e agreste, onde este "Rather Ripped" se ouve como doce de Páscoa.
Depois vieram tantos mais sinais magníficos, a comprovarem a marca de heróis Pop deste grupo de Jim, Kim, Lee, Thurston e Steve: Sister, Daydream Nation, Goo, A thousand leaves, entre outros.
Pop directo da melhor cepa, o disco de 2006 dos Sonic Youth merece ser ouvido uma e outra vez, na certeza de que há grande arte por aqui.
E depois é bom saber-se que estes nova-iorquinos tocaram entre 13 de Junho e hoje mesmo, dia 16 de Julho, 29 vezes, sempre nos Estados Unidos. Sinal de que os americanos perceberam a mensagem e sentem neste "Rather Ripped" algo de especial. Também nós, afinal.