Sidney Pollack realizou em 1999 este filme de grande sensibilidade, que somente agora descobrimos.
Há nele coisas menos positivas, como perceber-se do envelhecimento físico notório de Harrison Ford, ou o facto de durar cerca de 130' apenas.
Há depois a inapagável performance de Kristin Scott Thomas, a fazer apelo à memória de outro notável filme de 1998: "The Horse Whisperer".
Da química muito particular entre Ford e Kristin, temperados pelo saber "cool" de um Sidney Pollack em plena maturidade contemplativa, nasce o que poderiamos considerar de paradigma de como fazer um bom filme nesta época, sem stress desnecessário, com credibilidade, um acting correcto e atmosferas de enlevo.
"Random Hearts" não terá sido um filme de grandes plateias. Justamente os públicos por vezes também se enganam.
E tudo gira, por uma vez, não em forma de triângulo amoroso, mas de quadrado. E de como se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, sem mais.